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A Bahia apresentou o desempenho mais baixo do Brasil na alfabetização infantil em 2024. Dados do Indicador Criança Alfabetizada, do Inep, mostram que apenas 35,96% das crianças do estado estão alfabetizadas. Isso significa que 66.645 alunos do 2º ano do ensino fundamental — 64,04% do total — não alcançaram o nível esperado de leitura e escrita.
O resultado é pior que o de 2023, quando a taxa de não alfabetizados foi de 63,22%. A meta estadual para 2024 previa alcançar 42,80% de crianças alfabetizadas, mas o índice caiu. Para 2025, o objetivo é atingir 49,73% e, até 2030, chegar a 80%.
Segundo Daniela Mendes, coordenadora do Todos Pela Educação, o cenário baiano reflete a fragilidade do regime de colaboração entre estado e municípios. Ela destaca que as prefeituras, responsáveis pela educação básica, dependem de apoio técnico e financeiro estadual para avançar na alfabetização. Entre as ações necessárias, cita formação de professores, produção de materiais pedagógicos e avaliações contínuas.
A Secretaria de Educação da Bahia afirma que o Programa Bahia Alfabetizada, criado pela Lei 25.668/2025, formaliza iniciativas já iniciadas em 2023. O programa prevê formação docente, material didático, acompanhamento técnico e construção de creches e escolas em parceria com os municípios.
O contraste aparece no Ceará, líder nacional com 85,3% das crianças alfabetizadas. Para especialistas, o sucesso cearense decorre de políticas contínuas de colaboração entre estado e municípios, sustentadas por mais de uma década.
Embora a BNCC não exija alfabetização na educação infantil, especialistas reforçam que esta etapa é decisiva para o desenvolvimento de habilidades que sustentam o processo nos primeiros anos do fundamental. Estímulos como contato precoce com livros e atividades de oralidade são considerados essenciais.
Percentual de crianças não alfabetizadas – destaque para piores índices:
Bahia (64,04%), Sergipe (61,61%), Rio Grande do Norte (60,71%), Rio Grande do Sul (55,24%) e Amapá (53,38%).
O Ceará tem o melhor desempenho: 14,69% não alfabetizadas.
(Roraima não aplicou o teste em 2024.)
(Correio 24horas)
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